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Imagem: Bruce Lowry em 1981 • Reprodução: Bruce Lowry, restaurado por Reino do Cogumelo |
Após o enorme sucesso do NES nos testes de mercado em Nova York e Los Angeles, Lowry se tornou um dos nomes mais influentes dentro da Nintendo americana. Mas em 1986, quando a Sega buscava fincar os pés no Ocidente, o então presidente da empresa japonesa, Hayao Nakayama, passou a cortejá-lo para liderar a nova filial nos Estados Unidos.
Até hoje, considero isso provavelmente o maior erro que cometi na vida. Foi uma decisão difícil. Nakayama, o presidente japonês da Sega, vinha me procurando porque eles queriam vir para os Estados Unidos. Além disso, eu tinha acabado de me casar, e minha esposa não gostava muito de Seattle.
Mesmo após recusar a proposta diversas vezes, o executivo conta que acabou cedendo quando Nakayama o desafiou com uma pergunta provocadora: será que o sucesso do NES havia sido fruto de talento — ou apenas sorte?
Eles vinham me abordando havia mais ou menos um ano e meio, e eu sempre respondia ‘não’. Mas, por fim, ele me lançou uma pergunta que achei bem interessante: ‘Você acha que conseguiria fazer isso de novo, ou só teve sorte?’ Aquilo ficou martelando na minha cabeça. E então eu disse: ‘Bom, vamos tentar.’
Lowry aceitou o desafio e se mudou para San Francisco, onde começou praticamente do zero. Com o apoio da divisão de arcades da Sega em San Jose, fundou oficialmente a Sega of America, tornando-se seu primeiro presidente. Ele próprio contratou a equipe, montou a estrutura e iniciou os preparativos para o lançamento do Master System, que enfrentaria diretamente o NES — ironicamente, com uma estratégia de marketing muito semelhante àquela que havia criado para a Nintendo.
Não foi uma decisão fácil. Como eu disse, até hoje gostaria de nunca ter tomado essa decisão. Sempre vai me assombrar o fato de tê-la feito. Mas me mudei para San Francisco e basicamente era uma empresa de uma só pessoa. A Sega já tinha a divisão de arcades em San Jose, mas eu me tornei o fundador e presidente da Sega of America. Contratei todo mundo, organizei tudo, e deixei tudo pronto para atacar a Nintendo. E era, basicamente, o mesmo plano de marketing que eu havia usado na Nintendo.”
Apesar do entusiasmo inicial, Lowry afirma que a transição acabou se tornando um fardo pessoal e profissional. O executivo não entrou em detalhes sobre os bastidores dessa época, mas deixou claro que, em retrospecto, teria preferido permanecer com Mario e companhia.
E você, querido(a) leitor(a)? O que achou de saber sobre estes bastidores da Nintendo e da Sega em pleno calor dos anos 1980? Qual decisão você tomaria se estivesse no lugar de Lowry? Comente na seção abaixo ou nas redes sociais do Reino do Cogumelo!
Via Time Extension