Análise Real: Luigi's Mansion: Dark Moon (3DS)

O Luigi's Mansion original (título de lançamento do GameCube, em 2001) teve uma dura crítica por não possuir um elemento que, até então, era crucial nos lançamentos de consoles da Nintendo: Mario. Acostumados a ver o popular encanador logo de cara ao comprar um vídeo-game novo (graças a Super Mario Bros., com o NES, Super Mario World, com o SNES, e Super Mario 64, com o Nintendo 64), foi um choque perceber que, ao comprar o GameCube, os fãs teriam que esperar mais um pouco para jogar com o bigodudo de vermelho. Obviamente, Luigi's Mansion teve uma certa rejeição pelo público graças a esse fator, mas era inegável que o game possuía — e vários — aspectos positivos, como o senso de humor e gráficos que utilizavam todo o potencial do GameCube.


Hoje, já com a mente mais aberta (e com a predileção de Luigi sobre Mario), e já com excelentes jogos que estrelam Mario no mercado do 3DS, é possível analisar Luigi's Mansion: Dark Moon com uma maior sensibilidade. Mas será que Luigi consegue mostrar, de uma vez por todas, que pode sim ser um protagonista à altura de seu irmão?

Atividade Paranormal

Doze anos após ser aprisionado em um quadro, King Boo está de volta para trazer problemas ao "corajoso" encanador de verde e ao genial Professor Elvin Gadd. A Dark Moon, uma pedra preciosa que torna os fantasmas de Evershade Valley bonzinhos e carismáticos, foi destruída pelo rei dos Boos. Isso causou uma confusão total na cabeça dos nossos colegas do além, que passaram a ser raivosos e atacaram o laboratório de E. Gadd. Para se salvar, o inventor recorreu a Luigi e a suas criações, como o Poltergust 5000, o Dark-Light Device e o Dual Scream (um Nintendo DS que serve de celular entre os personagens).

Pedaços da Dark Moon se espalharam por todo o vale, e, à medida que um deles é encontrado, uma nova mansão é liberada. Assim, a história flui num estilo bem similar ao que acontece na série The Legend of Zelda: faça o que é necessário em algum lugar para poder progredir no jogo.

O jogo é muito carismático, e Luigi, sem sombra de dúvidas, encaixa-se como uma luva no enredo — ou talvez seja mesmo o enredo que se encaixa com Luigi. Diga-me: quais são os adjetivos que sobem à sua cabeça se precisasse descrever o irmão de Mario? Com certeza, você usaria palavras como "medroso", "engraçado", "desengonçado", "corajoso" (sim, lá no fundo ele é bem corajoso e todos sabem disso) e afins. Dark Moon é exatamente isso: te passa um certo medo — acreditem, a mansão final do game é de arrepiar! —, tem diálogos bastante divertidos e te faz, inclusive, gostar de derrotar fantasmas.

Fácil de se Assustar — e de Jogar

Como já dito anteriormente, Luigi, munido do Poltergust 5000 e do Dark-Light Device (conhecido em Portugal como o Dispositivo de Luz Negra), tem a missão de salvar Evershade Valley (Vale das Sombras) do maléfico King Boo. Sem esses aparatos, o magrelo não seria absolutamente ninguém — e já explico o porquê. O Poltergust 5000, assim como sua contraparte mais antiga no GameCube, serve para sugar os fantasmas. Para tal, contudo, é necessário atordoar os fantasmas com um flash de luz, que pode ser realizado ao simples apertar do botão . Para começar a sugar os espectros, basta apertar o botão — dessa forma, inicia-se uma espécie de "cabo de guerra", em que, para levar vantagem, o jogador deve aumentar a energia do Poltergust 5000 quando possível.

Há, ainda, vários outros usos para o objeto vermelho. Puxar tapetes, cortinas, cordões, arrecadar dinheiro espalhado pelo chão ou pelos ares. Para que aconteça o efeito contrário, usa-se o botão . Em um momento no jogo — se quiser saber qual, jogue! —, é preciso fazer uso magistral dos botões de soprar e sugar para poder avançar no cenário.


O Dark-Light Device não fica para trás em questão de importância. Com ele, Luigi pode achar Boos pelo cenário e desvendar ilusões causadas por eles próprios. Há vários objetos escondidos dessa forma que podem render uma bufunfa das grandes para o encanador! Fica a dica: ande sempre com o botão pressionado, que é a tecla que ativa o dispositivo. Só tome cuidado para não sobreaquecê-lo e ter que esperar um tempo para poder usá-lo novamente! E, claro, explore tudo que lhe é possível — não há nada a perder, não é mesmo?

Note que essa não deve ser uma tarefa fácil: praticamente tudo no jogo é interagível! Como já dito acima, são tapetes, cortinas, e muito mais. Por que não soltar um flash de luz em uma planta gigante ou em um gárgula para que eles liberem dinheiro? Ou então, sugar um balde, enchê-lo de água e depois usar o conteúdo para apagar o fogo ou regar um vegetal de crescimento instantâneo que pode ser usado como escada para os andares superiores?

Outro ponto forte do game são os inimigos encontrados. Há uma vasta gama de fantasmas que infernizam a vida do pobre Luigi! Desde regulares fantasmas verdes aos roxos que escorrem no chão para, mais tarde, absorver o bigodudo em seu interior. Não podemos esquecer de mencionar os memoráveis chefes do jogo! Parece que a exigência de Miyamoto deu resultado; onde você já imaginou lutar contra uma escada possuída por um fantasma ou com um relógio maluco que solta espectros para te derrotar? Em Luigi's Mansion, é claro.

Missões? Não, Obrigado

Luigi's Mansion: Dark Moon é dividido em cinco mansões, que, por sua vez, têm de três a cinco missões cada. Foi um sistema até legal de se incluir, pois dá para tentar, por exemplo, bater seus recordes de tempo ou de coleta de dinheiro. Todavia, esses pontos positivos não compensam os negativos: a exploração das mansões é reduzida exponencialmente. Há momentos que você acaba de derrotar um fantasma e quer explorar a sala que acabou de chegar, mas é frustrado pelo toque do Dual Scream, seguido do teletransporte ao "Bunker" (que é onde E. Gadd e Luigi ficam hospedados).

As missões, definitivamente, não se encaixaram com o jogo. Era melhor deixar pontos de save ao longo das mansões (ou mesmo incluir saves automáticos no decorrer da aventura), para que pudéssemos explorar os cômodos mais livremente! Algumas salas, por exemplo, são bloqueadas em determinadas missões, o que diminui até mesmo o desafio do jogo.

Outra coisa nesse quesito que realmente incomoda é a repetição de alguns tipos de missão. Já na segunda mansão, Luigi tem um objeto importante roubado por um Polterpup (uma espécie de cachorro fantasma). De longe, é um dos momentos mais divertidos do jogo, pois obriga o jogador a ficar atento não apenas com os objetos do cenário, mas também com o rastro de pegadas deixada pelo dócil canino do além. O ponto ruim é que na terceira vez que isso acontece, não é mais tão legal quanto na primeira — acredite, isso é um problemão.

O Fenômeno Audiovisual

Se no sistema de missões o game não agrada, temos a compensação na beleza audiovisual proporcionada. A exemplo de seu antecessor, que usava ao máximo as capacidades do cubo roxo da Nintendo, Dark Moon dá um show com seus gráficos impressionantes e músicas de se apaixonar. Em momentos de maior tensão — como ao entrar em uma sala lotada de fantasmas —, é impossível deixar de perceber as diversas expressões faciais de Luigi. Em outras ocasiões, o encanador, ao sair de algumas salas, acaba tropeçando e indo ao chão, o que certamente arrancará alguns risos dos jogadores. Os serrilhados são pouquíssimos, e o detalhamento das mansões é de dar inveja a muitos jogos lançados para os consoles HD.

O áudio do jogo não fica para trás. A trilha sonora é cativante de uma maneira divertida e assustadora. Em poucos minutos de jogo, você se pegará assobiando a música-tema — assim como Luigi em determinados momentos. As músicas, por mais que parecidas de certa maneira, não enjoam de forma alguma, já que a cada mansão nova são adicionados arranjos diferentes ao tema. Os efeitos sonoros, então, nem se fala; os barulhos das notas de dinheiro voando pelos ares e do flash de luz comprovam o empenho nesse quesito. Os gemidos de medo que o bigodudo solta de vez em quando acrescentam e muito na imersão — afinal, como você se sentiria em uma mansão mal-assombrada tendo como únicas armas uma lanterna e um aspirador de pó?




Um Jogo Iluminado

Como já dito anteriormente, Dark Moon tem apenas cinco mansões no modo de jogo principal. Isso é relativamente pouco, rendendo uma experiência de aproximadamente 25 horas de jogo. Não obstante, esse fato é recompensado: há vários colecionáveis ao longo da jogatina. Cada mansão possui 13 pedras preciosas diferentes, totalizando nada menos do que 65 gemas para serem coletadas. Não podemos deixar de mencionar que cada mansão conta, ainda, com uma missão extra, que é desbloqueada ao serem coletados todos os Boos em todas as sequências. Capturar todos os fantasmas possíveis também vai exigir bastante tempo do jogador.

Mas o que estende mesmo o tempo de jogo é o modo ScareScraper, que é desbloqueado após algumas missões no modo história. Quem quer que tenha o inventado merece um prêmio, tamanho é o vício causado por ele. Funciona assim: conecte seu 3DS à internet ou chame os amigos que possuam o console para jogar junto. Escolha o tipo de jogo — são vários, desde a simples busca pelos fantasmas até a caça aos Polterpups — e que comece a diversão! Você e mais três Luigis são enviados para uma mansão criada aleatoriamente, cujo número de andares é pré-estabelecido.

O ScareScraper é predominantemente cooperativo, mas há a competição dos jogadores entre si. Quem conseguir capturar mais fantasmas ou coletar mais dinheiro ganha um bônus que facilita a próxima fase. A cada cinco andares, os Luigis encontram um chefe diferente, o que torna a subida muito mais difícil. Vale lembrar, ainda, que é possível se aventurar pelo ScareScraper sozinho, caso sua conexão com a internet não seja das melhores ou seus amigos ainda não possuam um 3DS.

Não tenha medo de se arriscar: com cenários fantásticos, multiplayer viciante e jogabilidade extremamente agradável, faz valer todos os Bills investidos.9.0
WONDERFUL!

Bernardo Schmitberger

Torcedor apaixonado do Cruzeiro Esporte Clube, fã da Nintendo e amante de blink-182.

1 Comentários

  1. Estou começando a gostar cada vez mais do jogo. Quero comprar logo. :D

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