Peach empoderada? Relembre 7 momentos da franquia Mario em que a princesa foi a guerreira que o reino precisa

Reprodução: WildBrain / Universal Pictures / Nintendo

Em Super Mario Bros. O Filme, a princesa Peach é retratada como uma líder nata para seu reino, que não mede esforços para lutar pelo bem-estar de seu povo. Isso fez com que alguns espectadores mais acostumados com o arquétipo de donzela em apuros dos videogames torcessem o nariz, muito pela imagem doce, gentil e aparentemente ingênua que ela pode transmitir em algumas de suas aparições mais elementares. 

Mas a animação da Illumination definitivamente não foi a primeira vez em que a alteza dos cogumelos colocou a mão na massa e mostrou-se um exemplo de força e assertividade para seu povo. Para reforçá-lo, o Reino do Cogumelo compilou alguns dos momentos mais emblemáticos espalhados pela história dos encanadores extraordinários nos quais a princesa Peach foi a guerreira que o reino precisa.

7. Peach trabalha ativamente contra seus captores

A princesa dá dores de cabeça ao exército de Bowser (Divulgação: Nintendo)

Não é segredo que a princesa Peach possui um histórico de sequestros ao longo de seus quase 40 anos de história. Este é um conceito que se tornou alvo de comentários jocosos vindos de vários personagens ao longo da série, inclusive ela mesma: em New Super Mario Bros. Wii, refere-se ao seu sequestro como o "mais recente", reiterando a consciência de se tratar de um evento, infelizmente, recorrente.

Mas apesar de carregar a essência básica de uma donzela em apuros arquetípica dos videogames, a princesa Peach jamais perdeu as esperanças ou ficou de braços cruzados durante seus momentos de aflição. Enquanto cativa, a governante dos cogumelos trabalha ativamente contra seus captores — seja extraviando supercogumelos para o benefício do Mario na batalha final de Super Mario World (1990) ou enviando informações de inteligência e Power-Ups para auxiliar o encanador do Brooklyn em sua longa jornada de resgate em ambiciosas plataformas como Super Mario Bros. 3 (1988) e Super Mario Galaxy (2007).

Não se sabe exatamente como ela consegue enviar cartas e potencializadores de dentro de sua prisão, e isso só destaca sua desenvoltura e engenhosidade durante os momentos de perigo. E graças a estas muitas atividades de suporte da princesa Peach durante seu cativeiro, Super Mario obtém o poder e o conhecimento necessários para pôr um fim aos terríveis planos de Bowser.

6. Peach resiste ao controle mental de Nastasia, assistente de Count Bleck

Peach levou as habilidades hipnóticas de Nastasia até o limite (Reprodução: Nintendo)

Ao longo dos primeiros capítulos de Super Paper Mario para Nintendo Wii (2007), o antagonista central, Count Bleck, ou Lord Blumiere, invoca uma fonte de energia maligna conhecida como o Chaos Heart através de um profético casamento entre a um furioso monstro-rei e uma princesa justa e bondosa. E em posse deste poderoso instrumento do mal, Bleck pretende abrir The Void, uma fenda interdimensional capaz de varrer todos os mundos da existência.

Obviamente, a exemplo do que acontece durante os eventos de Super Mario Bros. O Filme, a benigna líder dos Toads imediatamente se recusa a dar prosseguimento ao absurdo matrimônio. E ao fazê-lo, torna-se alvo das poderosas habilidades hipnóticas de Nastasia, braço direito de Count Bleck, que a obriga a aceitar o pedido.

Mas tamanha é a força de vontade e a determinação da princesa Peach que, para a surpresa de Nastasia, ela resiste à hipnose — forçando a assistente a levar suas capacidades de persuasão ao limite. Mesmo com a eventual formalização do casamento, não houve um segundo em que Peach não resistisse bravamente, até o fim, contra o domínio mental de sua rival e a concretização dos planos de seus mais recentes antagonistas.

5. Peach espiona e intercepta os planos de guerra da sociedade dos X-Nauts

Peach se infiltrando no computador inimigo (Reprodução: Nintendo)

No RPG nativo de GameCube Paper Mario: The Thousand-Year Door (2004), a princesa Peach teve uma participação extremamente ativa durante seu sequestro orquestrado pelos X-Nauts — uma sociedade maligna que planeja conquistar o mundo usando uma entidade de mil anos conhecida como Shadow Queen; e para tanto, usando a nossa princesa como um receptáculo.

Mas prosseguir com este projeto não foi nada fácil. Durante seu cativeiro, Peach se infiltrou no supercomputador da facção inimiga, ganhou acesso a planos ultrassecretos de guerra, roubou o uniforme de um dos capangas e produziu sozinha uma poção de invisibilidade usando ferramentas com as quais acabara de se familiarizar no laboratório químico inimigo. Conseguiu ludibriar Sir Grodus, líder dos X-Nauts — e ao ser dominada por Shadow Queen, resistiu ao seu controle por tempo suficiente para encorajar e curar as feridas do grupo de heróis que vinha ao socorro do universo.

Novamente, a princesa Peach pode não ser a donzela em apuros que seus inimigos esperam que seja. Com destreza e dinamismo, ela fará de tudo para resistir à sua sina e virar o jogo a favor de seu povo.

4. Peach destrói o computador de Francis e arruina as expectativas de seu dating simulator

Peach se revolta por fazer parte de um dating sim (Reprodução: Nintendo)

O camaleão gigante que espreita os limites da dimensão The Bitlands, Francis, é o arquétipo perfeito de um nerd antissocial — mas daqueles que não sabem a forma correta de tratar uma garota. Ao encontrar-se com a princesa Peach, tem sérios problemas de comunicação que o levam a envolvê-la, de alguma forma, em um dating simulator, ou um jogo simulador de romance, chamado Swoon.exe — e desse modo, tentando forçá-la a corresponder às suas expectativas de relacionamento.

Esta interface pode ser acessada pelos jogadores ao final do capítulo 3-4 (The Battle of Fort Francis), contanto que a princesa seja o membro ativo da party antes de adentrar os aposentos do chefão.

Uma vez iniciada, a aplicação Swoon.exe exibe menus com várias perguntas e respostas prontas, de múltipla escolha, geralmente a favor de Francis — ninguém menos que o programador do dating sim. As opções incluem "conversar com a gatinha" e "dar um beijo". Porém, a alteza real do povo-cogumelo não demora a se irritar com as opções, exigindo saber sobre o paradeiro de Tippi, e eventualmente usando as habilidades do Pixl explosivo Boomer para destruir não somente o computador de Francis como também todo o conceito de objetificação criado pelo vilão.

3. Peach derrota sozinha um pelotão do rei Koopa

Com o poder da estrela brilhante, Peach resgata os irmãos Mario (Reprodução: WildBrain)

Apesar de se passar em um universo majoritariamente conquistado pelo rei Koopa, o segmento animado do saudoso The Super Mario Bros. Super Show!, de 1989 — relembrado com frequência nas redes sociais do Reino do Cogumelo através de nossas citações —, retrata uma princesa Cogumelo muito jovem, mas completamente motivada a liberar o domínio do mal e restaurar a paz de seu reinado.

Além de sua nítida sabedoria, sua coragem e integridade são destaque em episódios como "O Cavaleiro da Távola Quadrada" (1x02) e "Sherlock Mario" (1x18), onde ela de fato engaja em combates físicos contra os capangas do Koopa — incluindo a assustadora Hidra de três cabeças conhecida como Tryclyde.

Mas certamente uma das participações mais importantes da princesa Cogumelo na série está em "Koopa Troiano" (1x32), quando, com a ajuda do poder de uma "estrela brilhante" — uma alusão à superestrela dos jogos de plataforma —, a jovem monarca escapa sozinha de sua prisão, derrota os lacaios do Koopa e liberta os irmãos Mario de seu cativeiro. Um de seus feitos mais impressionantes durante esta missão de resgate foi interceptar os martelos dos Irmãos Martelo em pleno ar, arremessando-os de volta contra os inimigos. Respect!

2. Peach se torna a protagonista da história

Peach está sempre pronta para a ação! (Divulgação: Nintendo)

Um dos mais notáveis exemplos e um dos primeiros que vêm à mente, uma clássica inversão de papéis acontece em Super Princess Peach, platformer para Nintendo DS lançado no dia 20 de novembro de 2005. Aqui, ao invés de Mario atuar como protagonista para salvar a clássica donzela em apuros, tanto ele quanto Luigi e os Toads são sequestrados com êxito pelo exército de Bowser e levados à Vibe Island, um misterioso retiro tropical que faz com que a Peach desperte poderes empáticos.

Esta aventura que carrega seu nome está longe de ser a primeira ou a última vez em que a princesa Peach abriu mão de sua segurança pessoal para agir como uma das protagonistas da história. A primeira vez em que isso aconteceu foi em 1988 com Super Mario Bros. 2, famosa versão repaginada do japonês Yume Kōjō: Doki Doki Panic para Family Computer Disk System.

Outros exemplos incluem Super Mario 3D World, Super Mario Run, Super Paper Mario, Mario + Rabbids Kingdom Battle, Mario + Rabbids Sparks of Hope e o clássico da era 16 bits Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars, no qual empresta suas poderosas habilidades na linha de frente contra o exército de Smithy.

1. Surprise! Peach foge de seu cativeiro e ameaça destruir a torre de Wendy O. Koopa

Liberte o Mario... ou exploda em pedacinhos! (Reprodução: Nintendo)

A princesa Peach da HQ norte-americana Super Mario Adventures, produzida pelos mangakás Kentaro Takekuma e Charlie Nozawa e publicada em 12 edições da revista Nintendo Power entre janeiro e dezembro de 1992, pode muito bem ter sido fonte de inspiração para a personalidade forte e assertiva de sua contraparte cinematográfica de Super Mario Bros. O Filme.

Na história, a princesa recusa ardentemente à proposta de casamento de Bowser, dá literalmente uma surra nos Koopalings responsáveis pelo seu cativeiro, vira o quarto de Wendy O. Koopa de cabeça para baixo e ameaça rasgar seu vestido favorito — tudo isso antes de se jogar pela janela usando uma capa amarela que a permite sobreviver à queda livre no melhor estilo Super Mario World.

Mais para frente, ao saber que Mario foi sequestrado pela trupe dos Koopas, esta implacável versão da princesa Peach se dedica ao seu resgate infiltrando-se no âmago da torre de Wendy e impondo na lata os termos de seu acordo: o encanador deveria ser libertado, ou ela detonaria um lote inteiro de centenas de bombas — uma das passagens mais emblemáticas da princesa Peach na história de publicações derivadas dos videogames.


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Eduardo Jardim

Natural de São Paulo (SP), Eduardo "Pengor" Jardim é um criador de conteúdo, ilustrador e imaginauta. Criou o Reino do Cogumelo em 2007 e desde então administra e atualiza seu conteúdo, conquistando dois prêmios Top Blog e passagens pela saudosa Nintendo World.

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