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Leslie Swan dá detalhes sobre a "dublagem econômica" de WarioWare — incluindo personagens a quem deu voz anonimamente

Imagem: Reprodução/Nintendo

Embora seja mais lembrada como uma das primeiras vozes da princesa Peach devido à sua atuação em Super Mario 64, Leslie Swan também deixou sua marca em outras franquias da Nintendo. Em entrevista ao site Time Extension, a ex-editora da Nintendo of America recordou sua participação em WarioWare — uma experiência bastante diferente do que havia vivido com outro bigodudo — e comentou sobre a maneira pouco convencional com que acabou assumindo papéis de dublagem.

Segundo Swan, a equipe por trás de WarioWare prezava por orçamentos reduzidos e soluções criativas para evitar gastos extras. Em um ambiente assim, atores profissionais de voz raramente eram contratados, e as gravações acabavam sendo feitas pelos próprios funcionários disponíveis no momento.

WarioWare, creio eu, foi um caso especial porque aquela equipe realmente se orgulhava de manter os orçamentos sob controle e fazer o máximo possível com poucos recursos. Eles não queriam pagar atores. Então simplesmente diziam: ‘Quem pode fazer isso?’ ou ‘Quem pode fazer aquilo?’ Eu acabei interpretando a Mona e também o 9-Volt, mas por algum motivo não fui creditada pelo 9-Volt. Mas, de todo modo, isso não tem importância.

Essa prática improvisada fez com que Swan acumulasse participações não creditadas em diversos jogos. Muitas vezes, os funcionários eram levados a estúdios locais apenas para experimentar vozes diferentes, e quem estivesse disponível no dia assumia o papel. Nem sempre, no entanto, havia estúdios envolvidos. Em busca de soluções ainda mais baratas, a Nintendo of America chegou a improvisar um espaço interno para as gravações coletivas.

Naquela época, íamos até um dos estúdios locais e testávamos vozes diferentes. Dependendo de quem estivesse presente, essa pessoa acabava ficando com o papel. Eu fiz vozes para vários jogos pelos quais nunca fui creditada. Às vezes eram apenas efeitos sonoros. Mas em outras ocasiões, a equipe dizia: ‘Não queremos pagar por um estúdio’. Foi aí que surgiu a ‘cabine telefônica’ da Nintendo of America, uma salinha em que tentávamos enfiar o maior número de pessoas possível. Não eram gravações sofisticadas, mas era ali que fazíamos coisas como vozerio de multidão.

Questionada sobre a ausência de entrevistas suas em comparação a outras atrizes da princesa Peach, Swan foi clara: sua prioridade nunca foi a dublagem, mas a localização dos jogos. Além disso, ela considerava que o mercado da época não estava preparado para que uma mulher de meia-idade se tornasse o rosto público da princesa.

Nunca me ocorreu sequer pedir crédito de voz em jogos como WarioWare. Meu trabalho era a localização, não a dublagem. E, para ser honesta, naquela época o mercado era voltado majoritariamente para meninos. Eu nunca fui boa em autopromoção; sempre quis que os mais jovens falassem sobre os jogos em que trabalhavam, pois achava que combinava mais com o público. Simplesmente não pensei, na época, que uma mulher de meia-idade falando sobre ser a Peach fosse algo bom para o produto.

Assim, Leslie Swan reafirma que sua contribuição mais duradoura está no campo editorial e de localização, mas sua voz — mesmo que usada de forma improvisada em uma fase experimental e criativa da Nintendo — permanece no coração dos fãs de Super Mario. Descubra também como foi seu processo como intérprete da princesa Peach em Super Mario 64 e como ela foi a responsável direta por desencorajar o nome Princess Toadstool no Ocidente.
Eduardo Jardim

Natural de São Paulo (SP), Eduardo "Pengor" Jardim é um criador de conteúdo, ilustrador e imaginauta. Criou o Reino do Cogumelo em 2007 e desde então administra e atualiza seu conteúdo, conquistando dois prêmios Top Blog e passagens pela saudosa Nintendo World.

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