Quando a marcha da tecnologia atropela a criatividade

Pra alegria de muita gente, Mega Man 10 já está chegando. É mais um jogo no melhor estilo retrô pra NES, o que é ótimo, pois esse período em 8-bit marca o melhor de Mega Man. O que me faz pensar, por que Mega Man nunca fez uma transição exatamente bem-sucedida pra plataformas mais novas?

Claro, Mega Man teve seus momentos em 16-bit, mas nada além disso, e eles ainda não eram tão bons quanto seus ancestrais de 1 a 6 pra NES. Parece que os jogos deveriam ficar melhores juntamente com a tecnologia; conforme o poder de processamento aumenta, os jogos ficam mais fluentes, rápidos e geralmente melhores. Quando comparamos os jogos em 2-D do bombardeiro azul, por que os jogos tecnicamente inferiores parecem ser mais divertidos?

Minha teoria sobre a causa pela qual usar nova tecnologia não é sempre o melhor gira em torno da criatividade. Em uma entrevista recente de Shigeru Miyamoto e o time original de Super Mario Bros., eles mencionaram sobre como podiam fazer algo funcionar devido à minúscula quantidade de espaço de memória no cartucho. Foi assim que nasceram os Koopa Paratroopas: eles não poderiam adicionar um inimigo completamente novo pra se comportar daquele jeito, mas um pequeno gráfico de uma asa era capaz de ser adicionado a um sprite existente.

O fato é que todas as decisões que eles fizeram foram meticulosamente pensadas. O planejamento meticuloso, penso eu, é feito pra que os jogos sejam melhores. Hoje em dia, há poucos limites estabelecidos aos desenvolvedores que dificultariam o processo do jogo. Alguém poderia argumentar que isso lhes dá mais liberdade criativa, mas na verdade, isso sufoca a criatividade e a resolução de problemas.

Nova tecnologia nem sempre beneficia todos os jogos. O que acontece é que, quando você é capaz de fazer tudo, você realmente tende a tentar fazer tudo. A jogabilidade pode ficar enfraquecida quando você incluir todas as suas idéias, incluindo as que realmente não acrescentam nada. É por isso que Mega Man é ainda melhor quando mantido no básico. A série de jogos do Mega Man pra NES foram experiências ótimas, assim como foi o retorno à glória em Mega Man 9. Adoro ver como os desenvolvedores atuais podem ser criativos quando são levados pelas limitações de velha tecnologia. Quando se tem tão poucas opções à sua frente, você é bem mais cuidadoso ao percorrer o caminho certo. Essas decisões vão definitivamente produzir jogos melhores pra todos.
Eduardo Jardim

Natural de São Paulo (SP), Eduardo "Pengor" Jardim é um criador de conteúdo, ilustrador e imaginauta. Criou o Reino do Cogumelo em 2007 e desde então administra e atualiza seu conteúdo, conquistando dois prêmios Top Blog e passagens pela saudosa Nintendo World.

4 Comentários

  1. Concordo com tudo que o senhor Jardim disse. No PC, onde não há mesmo limite para os jogos (dependendo do quanto você estiver disposto a pagar por upgrades), ainda saem aos montes ótimos jogos 'simples' e inovadores Ex.: Teeworlds (amo esse jogo), Saut (saiu nao há muito tempo) fora os bilhões de jogos em flash.

    Se a Capcom fosse modernizar os gráficos, queria que ficasse tipo Mega Man 7, mas com personagens mais "robóticos", um pouco mais retrô.

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  2. Bem... eu gosto da série mega man para Super Nes e Play 1...

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  3. gostei bastante dessa postagem viva aos 8 BIT-S

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  4. Realmente... Os Megamans que eu mais curti, foram os de NES e SNES. Não que os de PS1 fossem ruins, mas, confesso que principalmente a série "X", que iniciou no SNES me chamou mais atenção. Sobre tecnologia Vs. Criatividade, eu concordo! Comigo acontece isso, geralmente quando tenho que fazer um trabalho com tema livre é sempre mais complicado que um projeto quando você tem um tema para se restringir e focar em apenas um assunto.

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