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| Imagem: Reino do Cogumelo • Reprodução/Nintendo |
Aventura: um conceito que geralmente usa de uma narrativa para contar uma história épica, com muitos locais e diversas reviravoltas ao longo da história... e Mario não é uma exceção; muito pelo contrário, Super Mario Bros. em sua essência sempre foi uma aventura em sua base, constituindo de vários níveis em variados locais, geralmente culminando em um épico combate contra o “rei dos Koopas”.
Mas claro, isso é o conceito de aventura, mas o que seria um jogo do gênero aventura? Aí já é uma questão diferente, pois seriam jogos que abordam temáticas com um foco maior na história, como The Legend of Zelda ou, mais recentemente (para ser mais específico, após o Super): Paper Mario! Embora a qualidade dos últimos jogos de Paper Mario seja questionável se comparado aos mais antigos, é inegável que um fator que eles sempre tiveram continua lá: a implementação da música no meio da aventura.
Durante os jogos, uma das minhas partes favoritas sempre é o final, especialmente com relação à música. Temas de chefões ou de áreas finais sempre costumam ter essa tensão épica por cima, e hoje, falaremos de uma incrível jornada que começa no castelo da princesa Peach e termina no...
“Origami Castle”Jogo: Paper Mario: The Origami King (2020)Compositor(es): Yoshito Sekigawa, Shoh Murakami, Yoshiaki Kimura, Hiroki Morishita, Fumihiro Isobe
Músicas de áreas finais servem para lembrar o jogador do que está em jogo e a jornada pela qual passou, e “Origami Castle” executa ambas as funções perfeitamente, sendo ouvida no instante que você entra no castelo de origami, após uma ótima introdução do mesmo, este sendo o castelo da Peach que acaba sofrendo modificações em seu próprio espaço, causadas pelo Origami King: Olly!
A música pode ser dividida em três, assim como uma história, com os atos um, dois e três. O primeiro ato da música seria o seu primeiro minuto, que começa de maneira incrível com seus vocais — sem letra, mas ainda com um som de fundo, não podendo ser considerada uma cappella) — acompanhados por um instrumento de corda que vai aumentando o ritmo até chegar num conjunto de violinos, que seria a ponte da música para o seu ponto alto do primeiro ato... guitarras.
Após as guitarras iniciarem, elas vão aumentando seu ritmo antes de diminuir um pouco, uma tática bem comum para apresentar variados ritmos em uma melodia; agora no segundo ato, dessa vez a música diminui para continuar na vocal, em um tom bem misterioso, cantarolando no ritmo do tema de título do jogo, que é diretamente ligado aos irmãos Origami. Após os vocais terminarem de cantarolar nesse ritmo, é a vez dos outros instrumentos fazerem o mesmo — primeiro, o grupo de violinos que antecederam a guitarra previamente, seguidos pela própria guitarra, que resolve alterar um pouco o ritmo no final, para dar continuidade a música.
Tal repetição da música tema de Paper Mario: The Origami King, além de ser um excelente leitmotiv, é um lembrete do jogador do quão longe ele foi, com uma certa ironia no fato do jogo terminar onde começou, no castelo! Como ponte para o terceiro ato, temos os violinos, tambores, piano e guitarra em sincronia, carregando a música para o seu próximo estágio, que reflete muito bem as alterações no espaço-tempo que o castelo está sofrendo, fruto dos poderes de Olly.
Como se representando (de maneira não intencional, provavelmente) as dobras e desdobras de um origami, o terceiro ato da música é uma repetição do começo do segundo ato, mas com maior uso das guitarras; infelizmente, a música não tem um “fim” e é feita para tocar em loop, então, esse é o máximo que podemos nos aprofundar a respeito.
Mas ainda é uma grande melodia, e uma das minhas trilhas sonoras favoritas não só desse jogo, mas ouso dizer de áreas finais em geral!
Gostaria de agradecer a todos os que leram até aqui e também me desculpar por ter estado ausente por um mês, e o quadro Music Room infelizmente sumiu por conta isso; mas voltei, para garantir que, assim como um origami com algo escrito dentro de suas dobras, eu vou alterar a realidade para trazer à tona o meu sonho: descrever detalhadamente cada música de Mario.