Um dos puzzles tétricos mais clássicos da história dos videogames, Dr. Mario já ultrapassou a casa dos trinta e já morou em mais de 10 sistemas diferentes — como o Famicom/Nintendinho, o Game Boy, a cabine de fliperama Nintendo PlayChoice-10, o Virtual Console do 3DS/Wii U, e atualmente para o aplicativo Nintendo Entertainment System do Nintendo Switch Online, entre outros.
Numa jogabilidade simples, o objetivo do jogo é a destruição de criaturas conhecidas como vírus através do alinhamento de cores de pílulas aleatoriamente sortidas dentro de um frasco de vidro. Para acompanhar o conceito, o maleável encanador extraordinário do Reino Cogumelo troca o icônico macacão da famigerada Hidráulica dos Irmãos Mario por roupas de medicina — um jaleco, um estetoscópio e um espelho frontal.
Mas um raro protótipo do jogo divulgado pelo VideoGameArt&TidBits mostra que a série Dr. Mario poderia ter sido bem diferente de como a conhecemos hoje em dia. Confira:
A look at the prototype for Dr. Mario. During development it was called "Virus" and displayed a window of a sick animal you had to cure. pic.twitter.com/BSDP33lMrK
— VideoGameArt&Tidbits (@VGArtAndTidbits) December 14, 2016
Esta imagem, extraída da fase de desenvolvimento, mostra que o jogo seria originalmente chamado de "Virus" e que deveria se passar numa clínica veterinária. A proposta era ilustrar o processo de cura de um animal enfermo — este, cuja aflição seria graficamente ilustrada durante a gameplay. Uma personagem que poderia ser descrita como a enfermeira Peach acompanharia o animal enquanto os vírus são erradicados.
Embora a ideia do Mario como veterinário não seja de todo mal, é fácil compreender o porquê de ter sido descartada. Afinal, as características de arcade de Dr. Mario tendem a torná-lo crescentemente complexo e, em modos específicos, infinito, o que daria margem para um fluxo interminável de animais doentes — e narrativamente, seria inevitável que eles viessem a óbito sempre que a máquina vencesse. Este seria, certamente, um dos piores visuais para um jogo.
Mesmo com um objetivo nobre de livrar os bichinhos das enfermidades, a exposição gráfica dos animais abatidos, especialmente em caso de um Game Over, seria algo terrível de se ver — isso sem falar na pressão psicológica que o conceito colocaria sobre o jogador.
Ainda bem que a proposta mudou, e para melhor!