Protótipo de Dr. Mario revela que o jogo poderia ter sido muito cruel; entenda


Um dos puzzles tétricos mais clássicos da história dos videogames, Dr. Mario já ultrapassou a casa dos trinta e já morou em mais de 10 sistemas diferentes — como o Famicom/Nintendinho, o Game Boy, a cabine de fliperama Nintendo PlayChoice-10, o Virtual Console do 3DS/Wii U, e atualmente para o aplicativo Nintendo Entertainment System do Nintendo Switch Online, entre outros.

Numa jogabilidade simples, o objetivo do jogo é a destruição de criaturas conhecidas como vírus através do alinhamento de cores de pílulas aleatoriamente sortidas dentro de um frasco de vidro. Para acompanhar o conceito, o maleável encanador extraordinário do Reino Cogumelo troca o icônico macacão da famigerada Hidráulica dos Irmãos Mario por roupas de medicina — um jaleco, um estetoscópio e um espelho frontal.

Mas um raro protótipo do jogo divulgado pelo VideoGameArt&TidBits mostra que a série Dr. Mario poderia ter sido bem diferente de como a conhecemos hoje em dia. Confira:


Esta imagem, extraída da fase de desenvolvimento, mostra que o jogo seria originalmente chamado de "Virus" e que deveria se passar numa clínica veterinária. A proposta era ilustrar o processo de cura de um animal enfermo — este, cuja aflição seria graficamente ilustrada durante a gameplay. Uma personagem que poderia ser descrita como a enfermeira Peach acompanharia o animal enquanto os vírus são erradicados.

Embora a ideia do Mario como veterinário não seja de todo mal, é fácil compreender o porquê de ter sido descartada. Afinal, as características de arcade de Dr. Mario tendem a torná-lo crescentemente complexo e, em modos específicos, infinito, o que daria margem para um fluxo interminável de animais doentes — e narrativamente, seria inevitável que eles viessem a óbito sempre que a máquina vencesse. Este seria, certamente, um dos piores visuais para um jogo.

Mesmo com um objetivo nobre de livrar os bichinhos das enfermidades, a exposição gráfica dos animais abatidos, especialmente em caso de um Game Over, seria algo terrível de se ver — isso sem falar na pressão psicológica que o conceito colocaria sobre o jogador.

Ainda bem que a proposta mudou, e para melhor!
Eduardo Jardim

Natural de São Paulo (SP), Eduardo "Pengor" Jardim é um criador de conteúdo, ilustrador e imaginauta. Criou o Reino do Cogumelo em 2007 e desde então administra e atualiza seu conteúdo, conquistando dois prêmios Top Blog e passagens pela saudosa Nintendo World.

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