Artista de efeitos visuais de Super Mario Odyssey comenta sobre o desafio de mesclar diferentes estilos de arte


Os efeitos visuais do épico de 2017 Super Mario Odyssey estão entre as características do jogo que mais saltam aos olhos. E em uma postagem recente no site de recrutamento japonês da Nintendo, Junki Ikeuchi, líder de arte de efeitos visuais creditado ao lado de Hirotaka Tanikawa, comenta sobre os efeitos de animação do jogo e a coesão entre diferentes estilos de arte.

A ponderação do supervisor refere-se, especialmente, ao reino urbano de Metro Kingdom, uma cidade grande relativamente realista repleta de arranha-céus e embaciados seres humanos.

Quando Mario interage com o mundo 'real', o grande problema era escolher com qual dos dois estilos de arte os efeitos visuais deveriam se assemelhar. Devemos escolher um efeito que se assemelhe ao Mario animado? Se assim for, isso não corresponderia à cidade realista, e o mesmo poderia ser dito para o contrário. Para resolver este problema, ideias foram retiradas de ambos os temas e misturadas.

Tomemos, por exemplo, uma cachoeira no meio do deserto, que tem um efeito de respingo realista. Mas quando Mario acerta alguma coisa, estrelas fofinhas aparecem. Não queríamos que todos os personagens do jogo tivessem os mesmos efeitos. Se um dragão cuspir fogo, o fogo fica mais realista quanto mais longe ele fica do Mario e mantivemos essa escolha de design em mente ao fazer todos os efeitos em todas as fases do jogo. (...)

O efeito de desintegração de quando Mario captura um inimigo é um bom exemplo. Foi um esforço conjunto com os programadores e é um exemplo de como a tecnologia pode ser usada com sucesso.

Com elementos de sandbox, a peregrinação do Super Mario pelas belas paragens do mundo dos cogumelos conhecida como Super Mario Odyssey foi lançada no dia 27 de outubro de 2017 para Nintendo Switch — e até hoje é de tirar o chapéu, liderando a posição de melhor jogo de todos os tempos no agregador OpenCritic.


"Super Mario Odyssey 2": quais são as chances do jogo acontecer?


Mesmo que, por enquanto, ainda não haja palavra oficial da Nintendo sobre sequer um remoto interesse na sequência da odisseia do Mario no Switch, vamos juntar algumas pecinhas soltas por aí que podem manter vivo o sonho de muitos.

Com mais de 23 milhões de cópias vendidas e conquistando pontuações perfeitas em revistas e portais como a EDGE, IGN e GameSpot, Super Mario Odyssey é considerado por muitos como o jogo definitivo do encanador italiano. O game cumpre uma promessa de inovação que tem sido característica dos jogos 3D da série, com um fluxo constante de novas mecânicas.

E apenas este fato já pode nos levar de cara às nossas primeiras hipóteses. Dentro de cada nova iteração de plataforma 3D do nosso querido bombeiro hidráulico, a Nintendo introduz mecânicas inovadoras que ajudam a manter o frescor da franquia. A citar notórios exemplos, a câmera de Super Mario 64, o F.L.U.D.D. e seus diferentes bocais em Super Mario Sunshine e os puxões gravitacionais de Super Mario Galaxy.

Claro, Super Mario Galaxy 2 aconteceu três anos após o lançamento da aventura original para Wii — tornando-se o único platformer 3D do Mario a ser lançado no mesmo console de seu predecessor. Mas mesmo com elementos novos — como o Yoshi, a Cloud Flower e um guia para iniciantes —, Super Mario Galaxy 2 carrega de forma automática muitos elementos de sua prequela, e foi considerado, na fase de desenvolvimento, como um "Super Mario Galaxy 1.5"; no início, não havia sido idealizado como um jogo completo, mas a quantidade de ideias novas transbordaram de forma que Miyamoto e sua equipe acordaram em torná-lo uma sequência completa.

Para que Super Mario Odyssey 2 acontecesse, seu processo de criação teria de ser similar: o de combinar a essência do jogo original ao mesmo tempo em que se apresentam novos elementos. Dependendo da quantidade de novos conceitos, porém, a Nintendo poderia reservá-los para um jogo completamente novo ao invés de implementá-los em uma sequência de Odyssey.

Um fato curioso: apesar de uma crescente tendência de adicionar conteúdo extra nos jogos de Nintendo Switch por meio de pacotes adicionais, a Nintendo não ofereceu nenhum DLC para Super Mario Odyssey desde seu lançamento original no dia 27 de outubro de 2017. O jogo recebeu minijogos como o Balloon World e compatibilidade com os óculos de realidade virtual Toy-Con do Nintendo Labo, mas estas updates foram gratuitas e não contam necessariamente como expansão do conteúdo original do jogo. O que isso pode significar?

Conforme narra o editor Robin Burks da Tech Times no artigo "In Defense of DLC: Why Paying for Additional Game Content is a Necessary Evil", o propósito de um pacote de DLC é a extensão do tempo de vida de um jogo no intuito de continuar mantendo sua relevância. É exatamente o que a Nintendo tem buscado em Mario Kart 8 Deluxe, que ganhará novas pistas até 2023 através do pacote Booster Course Pass.

E, se este método não está sendo usado para esticar a vida de Super Mario Odyssey, pode ser que a Nintendo esteja reservando todas as novas ideias para uma sequência.

Também vale notar que no dia 4 de outubro de 2019 a matriz da Nintendo no Japão estava abrindo portas para o cargo de level designer, detalhando o objetivo da vaga como um "novo jogo de ação 3D". Mesmo com detalhes tão vagos, a postagem oficial do recrutamento no Twitter era caracterizada por um render do Mario, fomentando as esperanças de um novo jogo, um projeto como "Super Mario Galaxy 3" ou, quem sabe, "Super Mario Odyssey 2".

Com todas as cartas na mesa, nos resta apenas escolher um lado das probabilidades e, nele, aguardar.

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Eduardo Jardim

Natural de São Paulo (SP), Eduardo "Pengor" Jardim é um criador de conteúdo, ilustrador e imaginauta. Criou o Reino do Cogumelo em 2007 e desde então administra e atualiza seu conteúdo, conquistando dois prêmios Top Blog e passagens pela saudosa Nintendo World.

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