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Imagem: Reprodução/Nintendo |
No dia 13 de agosto de 1961, nascia em Nagoya, Japão, um jovem que, décadas depois, se tornaria uma das figuras mais influentes da história dos videogames: Kōji Kondō. Dotado de sensibilidade musical e de um ouvido privilegiado, Kondō cresceu cercado por melodias de instrumentos clássicos e populares, formando uma base artística sólida que o guiaria a um destino improvável — o de se tornar o compositor responsável por dar identidade sonora a algumas das maiores criações da Nintendo.
Seu ingresso na empresa se deu em 1984, quando ela ainda estava em plena ascensão no mercado doméstico, apostando no então jovem console Famicom (NES, no Ocidente). Contratado para integrar o departamento de som, Kondō logo se destacou por sua habilidade de criar músicas memoráveis dentro das limitações técnicas da época, transformando bipes e ondas quadradas em verdadeiras sinfonias eletrônicas que permanecem gravadas na memória coletiva de gerações.
Foi nesse cenário que ele assumiu uma missão que mudaria para sempre o panorama da música nos videogames: compor a trilha de Super Mario Bros. (1985). Ao lado de Shigeru Miyamoto, Kondō concebeu um conjunto de melodias que não apenas acompanharam a jornada do encanador bigodudo, mas que se fundiram de maneira inseparável à própria essência da franquia. Ground Theme, o tema principal, com seu compasso animado e andamento saltitante, é hoje um dos motivos musicais mais reconhecíveis do planeta, ao lado de clássicos da música popular e erudita.
O trabalho de Kondō não se limitou ao cartucho original. Ao longo das décadas, ele continuou a moldar a sonoridade do universo Super Mario, seja criando faixas inéditas — como as melodias ensolaradas de Super Mario 64 (1996) ou o jazz sofisticado de Super Mario 3D World (2013) —, seja revisitando e reinterpretando composições clássicas, mantendo-as vivas em novas gerações de consoles. Sua música sempre carregou um senso de narrativa própria: cada tema parece contar uma história, seja acompanhando a pressa de um jogador na temida contagem regressiva, seja pintando um cenário aquático com tons suaves e contemplativos.
Hoje, celebrar o aniversário de Kōji Kondō é celebrar não apenas um compositor, mas um verdadeiro arquiteto de emoções digitais com suas tantas sinfonias e compassos que, mesmo depois de tanto tempo, ainda nos convidam a pular, explorar e sonhar. Parabéns, Kondō-sensei — e obrigado por fazer a vida soar como uma aventura sem fim!