Switch 2

Hachisuke: o item secreto de Super Mario Bros. Special (Sharp X1/NEC PC-8801)

Imagem: Reprodução/Nintendo/Hudson Soft

Se você pensa que já viu todos os itens com os quais Mario pode se deparar ao longo de suas peripécias, prepare-se para conhecer um dos mais inusitados de toda a história da franquia — e que, de quebra, também serve como o mascote de uma developer muito conceituada. E não, não estamos falando da Nintendo, e sim, da Hudson Soft, cujo símbolo, a abelhinha Hachisuke, pode ser encontrada na forma de um raríssimo potenciador em Super Mario Bros. Special.

Mas antes de chegar ao segredo, o que é Super Mario Bros. Special? Lançado em 1986 exclusivamente no Japão, trata-se de uma releitura do clássico de NES desenvolvida pela Hudson Soft, licenciada pela Nintendo. A grande peculiaridade é que ele não foi feito para consoles, mas sim para computadores domésticos da época — especificamente o Sharp X1 e o NEC PC-8801. Essas máquinas eram populares no Japão dos anos 1980, cada uma com suas características marcantes:

  • Sharp X1: usava gráficos coloridos com suporte para 8 cores simultâneas e tinha um som beeper interno — sem chip de áudio avançado — o que resultava em efeitos sonoros mais simples.
  • NEC PC-8801: mais voltado ao público entusiasta, com suporte para múltiplos modos gráficos e paletas de até 8 cores, mas também limitado em animação fluida e processamento para jogos de ação.
  • Samsung SPC-1500: clone coreano do Sharp X1 com suporte a gráficos coloridos e entrada para cartuchos de expansão, o SPC-1500 conseguia reproduzir boa parte da experiência original — incluindo suas peculiaridades técnicas e criativas. Para os jogadores coreanos, essa foi uma rara chance de experimentar um Mario "alternativo" fora dos consoles da Nintendo.

Por conta das limitações técnicas, Super Mario Bros. Special ficou com uma "pegada" diferente: não havia rolagem lateral contínua (as telas mudavam de uma vez, como em fases de arcades), os gráficos eram simplificados e o ritmo era mais travado. Mas essas mesmas condições abriram espaço para a Hudson colocar sua marca — inclusive na escolha dos itens.

O encontro com Hashisuke: o mascote que virou potenciador

É em Super Mario Bros. Special que encontramos um potenciador exclusivo, nunca visto em nenhum outro jogo dos encanadores extraordinários: o Hachisuke. Ele não aparece em blocos ? normais, mas sim escondido em um bloco invisível no World 1-1. Ao revelá-lo, em vez de um supercogumelo ou flor de fogo, surge a famosa abelhinha amarela e preta, com seus grandes olhos expressivos e suas cores características.

Imagem: Reprodução/Hudson Soft

E o que esse item faz? Nada de crescer, atirar bolas de fogo ou ganhar invencibilidade: o Hachisuke serve apenas para acrescentar 8.000 pontos à contagem do jogador — o que, na década de 1980, era um dos mais importantes conceitos herdados dos jogos fliperamas. A abelhinha em pixels é o puro suco de Easter egg, um aceno divertido da Hudson para si mesma dentro de um platformer dos superirmãos Mario em uma era não muito restritiva, que permitia liberdades poéticas sob determinadas circunstâncias. Isso é algo que, na época, só quem estava por dentro da indústria dos videogames e tinha o costume de explorar cada pixel teria o prazer de descobrir.

A aparição do Hachisuke em Super Mario Bros. Special é um ótimo exemplo de como, antigamente, as desenvolvedoras aproveitavam brechas para inserir personalidade própria em produções licenciadas. Hoje, o item é lembrado como uma das tantas curiosidades obscuras da franquia — que, por sua vez, nunca para de nos surpreender.
Eduardo Jardim

Natural de São Paulo (SP), Eduardo "Pengor" Jardim é um criador de conteúdo, ilustrador e imaginauta. Criou o Reino do Cogumelo em 2007 e desde então administra e atualiza seu conteúdo, conquistando dois prêmios Top Blog e passagens pela saudosa Nintendo World.

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