O comercial da Nintendo que quase virou tragédia; entenda a história

Imagem: KCL Productions

No raiar dos anos 2000, a Nintendo estava engajada na produção de comerciais de televisão para promover os jogos do momento — e hoje, são muitos os que recordam dos mascotes dos principais personagens dos games que eram utilizados em formato live-action nessas propagandas. Jogos como Super Smash Bros. (1999) eram promovidos por estes profissionais fantasiados, que adicionavam um toque de humor à transição das figurinhas da Nintendo para a vida real.

Os mascotes eram produtos da KCL Productions, que, ativa até hoje, é mantida pela figurinista Kathy Lawrence e pelo artista conceitual "Fireball" Tim Lawrence — um casal baseado em Santa Monica, na Califórnia, que atraiu a atenção de muitas crianças ao mundo dos videogames graças aos divertidos comerciais que resultavam de seus caprichados esforços manuais.

Fantasias como a de Mario, Pikachu, Donkey Kong e Yoshi acompanharam a Nintendo por várias regiões do globo, desde as ilhas caribenhas de São Tomás até navios de cruzeiro na Grécia. E um dos comerciais mais interessantes depois do sucesso de Super Smash Bros. foi o de Mario Party 4, em que os mascotes aparecem executando manobras arriscadas para reproduzir comicamente os minijogos competitivos que são característicos do game.


Para o comercial do jogo de GameCube, era necessário que alguns mascotes brigassem entre si dentro de uma grande piscina, equilibrando-se sobre camas infláveis — um movimento ligeiramente baseado no minijogo Makin' Waves. Porém, Kathy e Jim não contavam com um detalhe importante: o traje do Yoshi não foi feito para nadar.

Conforme narra Kathy na porção de uma entrevista ao GameInformer, a cabeça do Yoshi era formada a vácuo, mas o resto do corpo era feito de espuma sólida; e, portanto, acabou afundando rapidamente, deixando Fireball Tim, seu dublê, em maus lençóis:

Passou de uma fantasia que pesava cerca de 15 quilos para mais de 90 quilos. A espuma, como uma esponja, apenas absorveu a água e comecei a afundar.

Na ocasião, Tim, que não possuía um treinamento de dublê mas ajudava sua esposa para economizar custos com o quadro de funcionários, balançava suas mãos como se dissesse, "estou prestes a morrer, alguém me salve". Porém, seu gesto de desespero foi confundido com um sinal de aprovação, o que adiou a urgência do resgate.

Mas apesar do susto, tudo correu bem, e hoje Fireball Tim se recorda do evento traumatizante com bastante senso de humor, mesmo em face à possibilidade de ter morrido afogado dentro de uma fantasia de Yoshi:

Eu acho que consigo pensar em maneiras muito piores de morrer.

A segurança sempre foi uma das maiores prioridades nas gravações dos comerciais, mas situações de risco poderiam acontecer a qualquer momento neste tipo de negócio. A citar um dos mais próximos exemplos, neste mesmo comercial de Mario Party 4, é possível ver um dublê do Mario equipado com esquis se jogando de cima de um telhado. O céu é o limite para profissionais dedicados!

Mario Party 4 foi lançado para Nintendo GameCube no dia 21 de outubro de 2002. Com um Metascore morno de 70 pontos no Metacritic baseado em 26 reviews especializados, o game é considerado por muitos como uma sequência digna da trilogia original, mas que carece de uma certa ousadia na gameplay.
Eduardo Jardim

Natural de São Paulo (SP), Eduardo "Pengor" Jardim é um criador de conteúdo, ilustrador e imaginauta. Criou o Reino do Cogumelo em 2007 e desde então administra e atualiza seu conteúdo, conquistando dois prêmios Top Blog e passagens pela saudosa Nintendo World.

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