A Nintendo quer saber: Mario & Luigi ou Paper Mario?

Em maio de 1996, quando o Nintendo 64 estava a apenas quatro meses de ser lançado oficialmente na América do Norte, a chegada de um novo RPG da Square (atualmente Square Enix) para o Super Nintendo conseguiu chamar quase tanta atenção quanto o revolucionário Super Mario 64. O nome deste game, como muitos devem saber, é Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars. O primeiro RPG da série Mario (e também o último lançamento Mario para Super NES) brindou os fãs com uma trama épica e memorável, cativante visual poligonal com visão isométrica, além de um sistema de batalha surpreendente e instigante, que misturava ataques por turnos com comandos de ação para causar efeitos adicionais.

Este grande clássico Mario foi disponibilizado em versão digital no Virtual Console do Wii e também do Wii U (apenas no Japão por enquanto), mas é certo que muitos(as) fãs ainda têm esperança de uma sequência ou mesmo de um remake de Super Mario RPG para consoles atuais. No entanto, este título foi apenas o início de uma bem-sucedida carreira para o mascote bigodudo da Nintendo no gênero RPG, já que em fevereiro de 2001 chegava às lojas norte-americanas uma verdadeira obra-prima da Intelligent Systems, o encantador Paper Mario para Nintendo 64. O sucesso desta aventura por mundos de papel foi tanta que Paper Mario se tornou de fato uma série, ganhando três sequências que expandiram os conceitos apresentados no primeiro game.

Mas estava faltando ainda um game de RPG que se adequasse melhor a um estilo de jogabilidade portátil, e então a Nintendo incumbiu a AlphaDream (formada por ex-funcionários da Square) desta nobre missão, que deu origem ao glorioso Mario & Luigi: Superstar Saga. Com um vibrante visual 2D semelhante aos RPGs lançados para Super Nintendo, este game focou na cooperação constante entre Mario e Luigi, dentro e fora das batalhas, e também se destacou por trazer mais expressividade aos irmãos encanadores, que em diversas situações soltam diálogos extremamente bem-humorados com aquele seu sotaque italiano carregado. Mario & Luigi recebeu três sequências que evoluíram drasticamente a jogabilidade, sendo que o quinto game da série já está a caminho.

E é exatamente para comemorar o iminente lançamento de Mario & Luigi: Paper Jam, título que traz uma inusitada e altamente criativa mistura entre as séries Mario & Luigi e Paper Mario para o 3DS, que a Nintendo britânica lançou uma importante pergunta a fãs de Mario no Twitter, querendo saber qual é a sua série favorita: Mario & Luigi ou Paper Mario? Caso você ainda não esteja bem seguro(a) de sua resposta, vamos relembrar de forma breve as principais características de cada um dos games que compõem estas amadas séries de RPG do Mario logo abaixo; será que você já jogou todos eles?

Paper Mario


Paper Mario foi lançado para Nintendo 64 em agosto de 2000 no Japão, fevereiro de 2001 na América do Norte e outubro de 2001 na Europa. Na história, o maligno Bowser leva sua vilania às alturas quando invade o santuário celeste Star Haven para tomar posse da Star Rod, poderoso artefato mágico usado pelos Star Spirits para proteger o nosso mundo. Bowser usa a Star Rod para invadir uma festa organizada pela Princesa Peach em seu castelo e sequestrá-la; Mario tenta evitar que isso aconteça, mas o vilão usa o poder da Star Rod para colocar o bigodudo a nocaute.

Todos os personagens e mundos do game possuem um visual em estilo papel, como se estivéssemos vendo a história se desenrolar no interior de um livro com dioramas. Mario é o personagem principal, mas recebe a ajuda de diversos parceiros no decorrer de sua estelar jornada, como o curioso Goombario, a tartaruga entregadora de cartas Parakarry, a jovem fagulha elétrica Watt, e o simpático Lakilester, entre outros. Este título tornou-se célebre por introduzir um sistema de batalhas mais ativo, onde é preciso ativar comandos extras no botão "A" e no direcional para executar os ataques.

Lançado para GameCube em julho de 2004 no Japão, outubro de 2004 na América do Norte, e em novembro do mesmo ano na Europa, Paper Mario: The Thousand Year Door deu um grande passo adiante em termos de visual e jogabilidade, e tornou-se um dos RPGs mais aclamados da Nintendo de todos os tempos. Aqui, Paper Mario sai em busca das sete Star Crystals para abrir a Thousand-Year Door, a "porta de mil anos" que supostamente dá acesso a um valiosíssimo tesouro. Mas logo Peach acaba sendo raptada pelos estranhos soldados robô X-Nauts, e nosso herói também precisa encontrar uma maneira de resgatá-la.

Neste game, Mario pode fazer um uso ainda mais inteligente de seu corpo de papel, transformando-se em objetos como aeroplano e barco para progredir na aventura, ou mesmo se enrolando para atravessar passagens estreitas. Além disso, as batalhas se passam em palcos de teatro, onde a reação da plateia pode interferir no seu andamento, então é preciso caprichar nos movimentos. Outro detalhe bacana é a possibilidade de controlar outros personagens, como Bowser e Peach em determinados momentos do game.

Super Paper Mario, lançado para Nintendo Wii em abril de 2007 na América do Norte e Japão, e em setembro deste mesmo ano na Europa, significou uma radical e literal mudança de perspectiva para a série. Neste game de plataforma "2.5D", é possível controlar as versões achatadas de Mario, Luigi, Peach e Bowser para tentar deter os planos de Count Bleck, um misterioso e malévolo personagem que tem como objetivo destruir todos os mundos com a ajuda de uma fonte obscura de poder chamada Chaos Heart, algo como "Coração do Caos".

Em Super Paper Mario não existem batalhas por turnos, e a ação realmente se desenvolve de forma semelhante a um game de plataforma, com confrontos diretos contra os inimigos, sendo que as vitórias rendem pontos que deixam Paper Mario mais forte. Os jogadores podem alternar entre a visão 2D normal dos cenários para um visão em 3D, que revela novos locais para explorar. Entre os diversos novos e interessantes personagens apresentados, temos as Pixls, pequenas criaturas mágicas que concedem novas habilidades para o quarteto de protagonistas.


Chegamos agora ao último lançamento da série, Paper Mario: Sticker Star, que foi lançado exclusivamente para 3DS na América do Norte em novembro de 2012, e um mês depois chegou ao Japão e à Europa. A aventura se inicia durante a Sticker Fest, quando Bowser decide tomar para si o Sticker Comet para ter todos os seus desejos realizados. Alguns Toads tentam impedí-lo, mas acabam fazendo o vilão se chocar contra o cometa e ganhar muito poder, que ele utiliza para derrotar Mario e sequestrar a Princesa Peach.

Embora não traga personagens novos ou uma história elaborada, Paper Mario: Sticker Star se sobressai pela sua inédita e "grudenta" abordagem relacionada aos stickers, adesivos que podem ser usados dentro das batalhas (que são por turnos mais uma vez) e também fora delas para resolver os mais variados e desafiadores enigmas. Vale notar ainda que, pela primeira vez na série, Paper Mario não conta com a ajuda de parceiros para vencer os obstáculos.

Mario & Luigi

Primeiro RPG portátil da série Mario, o game Mario & Luigi: Superstar Saga foi lançado para Game Boy Advance em novembro de 2003 no Japão, América do Norte e Europa. Logo no início, os jogadores são apresentados a uma nova dupla de vilões do reino Beanbean Kingdom, a temível Cackletta e seu assistente Fawful, ambos da espécie Beanish (com aparência inspirada em feijões). Usando um nevoeiro sinistro, Cackletta roubou a voz da Princesa Peach, e Mario e Luigi partem em seu encalço para recuperá-la.

Com charmosos e detalhados gráficos 2D, Mario & Luigi: Superstar Saga traz como principal novidade a possibilidade de poder controlar Mario e Luigi ao mesmo tempo com o uso dos botões "A" e "B" do portátil. Essa parceria constante é utilizada para realizar incríveis Bros. Attacks durante as batalhas por turnos, e também para resolver puzzles fora delas. Outra característica marcante deste game, que ficou ainda mais evidente em suas sequências, é o tom mais engraçado dos diálogos e das animações faciais e corporais dos irmãos Mario.

Mario & Luigi: Partners in Time, lançado em novembro de 2005 na América do Norte, dezembro do mesmo ano no Japão, e em janeiro de 2006 na Europa, utilizou as duas telas do portátil Nintendo DS de uma forma engenhosa para oferecer uma experiência surpreendente aos jogadores. A missão agora é viajar no passado para salvar Peach das venenosas garras fúngicas dos Shroobs, uma raça alienígena governada pela maligna Princess Shroob.

Neste título os jogadores podem controlar tanto Mario e Luigi como suas versões infantis, Baby Mario e Baby Luigi. Há situações onde cada dupla de personagens é visualizada em uma das telas do portátil, e é preciso revezar entre elas para resolver enigmas específicos que permitem progredir na aventura. Em algumas batalhas de Mario & Luigi: Partners in Time, os quatro heróis podem se unir (os bebês são carregados nas costas de Mario e Luigi) para executar ataques em conjunto, ou mesmo para acionar os Bros. Items, que geram danos ainda mais expressivos nos inimigos.

Quatro anos depois, o Nintendo DS recebeu mais um título da série, Mario & Luigi: Bowser's Inside Story, que chegou às lojas japonesas em fevereiro de 2009, às lojas norte-americanas em setembro, e às lojas europeias em outubro do mesmo ano. Este título marca o retorno de Fawful (de Superstar Saga) no papel de vilão, que usa o poder de cogumelos especiais para trazer uma grave doença à Toad Town, e para transformar Bowser em um "aspirador de personagens" ambulante.

Mario & Luigi: Bowser's Inside Story possui três sistemas de batalha distintos. Um deles é bem similar aos sistemas dos games anteriores, com Mario e Luigi atuando juntos para derrotar os inimigos. O segundo envolve Bowser (que também é um personagem jogável) e sua habilidade de sugar personagens; quando ele suga inimigos nas batalhas para que Mario e Luigi possam derrotá-los no interior de sua barriga. E há as batalhas com o Bowser gigante, onde é necessário executar movimentos especiais usando a caneta stylus ou o microfone do DS para realizar ataques como socos e bolas de fogo.

Mario & Luigi: Dream Team, game que foi lançado em julho de 2013 na Europa e Japão, e em outubro na América do Norte, foi a grande estreia da série no portátil Nintendo 3DS. Mario, Luigi e Peach recebem um convite para visitar a ilha de Pi'illo Island, onde os habitantes estão todos caindo no sono sem motivo aparentemente. Mais tarde, Luigi acaba cochilando em um travesseiro mágico, permitindo que um portal se abra e surja a terrível entidade Antasma, que sequestra Peach e a leva para dentro do Dream World, um bizarro mundo dos sonhos.

Dentro deste mundo, que se passa nos sonhos de Luigi, é possível usar a ajuda do Dreamy Luigi, uma versão onírica do personagem capaz de interagir com o cenário de maneiras variadas (Luiginary Works), e também de se multiplicar em uma multidão de Luigis (Luiginary Attacks) para ajudar Mario nas batalhas. Também ocorrem batalhas no mundo normal, onde o sistema de batalha segue o padrão mais tradicional da série.

Depois de viver tantas aventuras fantásticas nos títulos das séries Paper Mario e Mario & Luigi, é claro que as expectativas atuais de fãs estão todas voltadas para Mario & Luigi: Paper Jam, título que será lançado exclusivamente para 3DS em 3 de dezembro no Japão, 4 de dezembro na Europa, e em 22 de janeiro na América do Norte. Afinal, este game promete reunir o melhor de ambos os mundos, misturando os principais elementos de ambas as séries de formas bastante inventivas. Mas ainda há uma pergunta solta no ar, e tanto a Nintendo como nós do Reino do Cogumelo gostaríamos de saber qual destas duas excepcionais séries é a sua favorita, leitor(a), aquela que realmente é capaz de trazer um sorriso instantâneo ao seu rosto. E então: Mario & Luigi ou Paper Mario?

1 Comentários

  1. Prefiro Paper Mario, mas os jogos mais recentes das duas séries foram uma bela bosta. Meu favorito é o Super Paper Mario, onde na verdade Count Black se chama Blumiere e Tippi se chama Tipierre. É uma linda história de amor entre os dois, e o pai de Blumiere os separou, fazendo-o ficar triste e resolver executar o Dark Protagnosticus. No final, Tippi vira humana de novo e ela se casa com Blumiere. Uma das histórias mais bonitas que eu já vi.

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