Koji Kondo e Takashi Tezuka - Parte 1

Hey hey! Como vão vocês? Bom, depois de um loooooongo tempo sem postar absolutamente nada, trago um breve artigo sobre duas pessoas fundamentais para que a série Mario tenha alcançado seu status atual: Koji Kondo e Takashi Tezuka. Ambos se tornaram conhecidos pelos seus trabalhos na série do nosso querido encanador, embora tenham trabalhado em outras grandes franquias, como The Legend of Zelda. Ou seja, junto com o mestre Shigeru Miyamoto, eles formam uma espécie de “Triforce” abençoada do game design.

O Gênio por trás das trilhas sonoras

Koji Kondo nasceu em Nagóia, em 13 de agosto de 1960, interessando-se pela música desde cedo: começou a estudar piano aos 5 anos e não parou mais... Durante sua adolescência, começou a pensar profissionalmente na música e foi então que teve seus primeiros contatos com os teclados e sintetizadores. Sua vocação e interesse o levaram a cursar a Universidade de Artes de Osaka, onde aprendeu a trabalhar com programação em linguagem BASIC para desenvolver música em computadores pessoais, habilidade que foi fundamental para que conseguisse seu primeiro emprego: compositor e programador de som da Nintendo, em 1983.

Felizmente, Kondo havia se interessado pelas áreas requeridas pela Nintendo, composição e programação de áudio. O resto vocês podem imaginar... Seu primeiro trabalho foi com o game Punch-Out!! (1984). Ainda nesse ano, compôs para Duck Hunt, Golf e Devil World; este último foi fundamental para o destino da Nintendo e de todos os mariomaníacos mundo afora: foi neste projeto que Shigeru e Koji trabalharam juntos pela primeira vez (desde então, Kondo sempre integrou a equipe dirigida por Miyamoto). Em 1985, ao lado de Shigeru, Koji começou a trabalhar no que seria seu projeto mais famoso: o tema de Super Mario Bros.

Mais de 25 se passaram desde o lançamento de Super Mario Bros., e além de ser considerado um dos melhores jogos de todos os tempos, com cerca de 40 milhões de exemplares vendidos, o tema principal do jogo (incluindo suas variações) recebe até hoje inúmeras versões, nos mais variados ritmos, desde o caipira ao heavy metal, como podem conferir nos vídeos abaixo:



Dado ao sucesso obtido com o primeiro jogo da franquia Mario, Koji esteve envolvido com a trilha de sonora de praticamente todos os títulos envolvendo Mario e Zelda. Atualmente é o diretor da equipe de som da Nintendo, coordenando um grupo de aproximadamente 40 profissionais, os quais são responsáveis pela composição de todos os jogos da Big N. Segue uma lista dos principais jogos em que Kondo trabalhou:

• Duck Hunt (1984)
• Golf (1984)
• Famicom BASIC (1984)
• Devil World (com Akito Nakatsuka ) (1984)
• Soccer (1985)
• Wrecking Crew (1985)
• Kung Fu (1985)
• Super Mario Bros. (1985)
• The Legend of Zelda (1986, 1987)
• Nazo no Murasamejo (1986)
• Super Mario Bros. 2 (Japan) (1986)
• Shin Onigashima (1987)
• Yume Kōjō: Doki Doki Panic (creditado como Konchan) (1987)
• Ice Hockey (1988)
• Super Mario Bros. 2 (America) (1988)
• Super Mario Bros. 3 (1988, 1990)
• Pilotwings (com Soyo Oka ) (1990)
• Super Mario World (1991)
• The Legend of Zelda: A Link to the Past (1991)
• Super Mario World 2: Yoshi's Island (1995)
• Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars (com Yoko Shimomura e Nobuo Uematsu) (1996)
• Super Mario 64 (1996)
• Star Fox 64 (com Hajime Wakai) (1997)
• The Legend of Zelda: Ocarina of Time (1998)
• Super Smash Bros. (com outros autores) (1999)
• The Legend of Zelda: Majora's Mask (com Toru Minegishi) (2000)
• Super Smash Bros. Melee (com vários outros) (2001)
• Super Mario Sunshine (com Shinobu Tanaka) (2002)
• The Legend of Zelda: The Wind Waker (com Kenta Nagata, Hajime Wakai, e Toru Minegishi) (2003)
• The Legend of Zelda: Twilight Princess (com Toru Minegishi e Asuka Ohta) (2006)
• Super Mario Galaxy (com Mahito Yokota) (2007)
• Super Smash Bros. Brawl (com outros autores) (2008)
• Wii Music (com outros autores) (2008)
• The Legend of Zelda: Spirit Tracks (com Toru Minegishi, Manaka Tominaga e Asuka Ota) (2009)
• Super Mario Galaxy 2 (com Mahito Yokota e Ryo Nagamatsu) (2010)

Como podem perceber, não faltam hits nesta lista. Afinal, qual o segredo de Kondo para criar uma das melodias mais famosas das últimas décadas e que tem encantado tantos fãs? Nada melhor do que ouvir o próprio compositor!! Para isso, trago a tradução de uma entrevista cedida pelo site 1UP em 2007. Apesar de ser antiga, ela revela algumas das principais características do trabalho criativo de Kondo.


1UP: Como se sente em relação a milhões de pessoas que têm sido tocadas pela sua música? A maioria delas lembra do tema de Super Mario Bros. até os dias de hoje.

KK: Certamente, na época em que trabalhávamos nestes games, eu não poderia ter imaginado o quanto eles seriam tocados por tantas pessoas — eu não fazia ideia de coisa alguma. Isso foi há 20 anos, entretanto, olhando para aquela época a partir de hoje, eu fico muito feliz por conseguirmos alcançar tantas pessoas.

1UP: O tema principal de Super Mario Bros. é de longe a música de videogame mais reconhecida. Você acha que algo tão cativante e memorável pode ser criado novamente? Ou será que isso não é mais possível com a mudança das melodias simples do passado para as grandes, e frequentemente orquestradas, melodias atuais?

KK: Pessoalmente, eu penso que o esforço em tentar criar uma canção que tenha tanta impressão sobre as pessoas seja a mesma de antigamente — nada mudou a respeito disso. A orquestração não mudou o modo sobre como eu tento criar uma melodia. Agora, se eu consigo ou não criar algo tão memorável ou impactante quanto o tema original de Super Mario Bros., eu não sei — mas certamente estou buscando este objetivo.

1UP: Você pode nos dizer como era trabalhar com Super Mario Bros. na época? Como foi trabalhar com Shigeru Miyamoto?

KK: Bem, eu tinha 100% de liberdade criativa para fazer a música de Super Mario Bros.; eu colaborei com Miyamoto através de nossas interações diárias. Ele compartilhava gravações (fitas cassete) comigo — é, isso faz tanto tempo que tínhamos fitas naquela época — e me apresentou partituras dos tipos de música que ele gostava. Mas ele nunca me disse exatamente o que queria — de novo, eu tive 100% de liberdade criativa durante o processo —, e eu basicamente fiz o que pensei que fosse encaixar melhor no jogo.

1UP: Mas qual foi realmente o processo de trabalhar neste jogo na época?

KK: Bom, foi interessante. Na verdade, o tema principal original que eu compus nunca foi usado. Eu tinha criado um pedaço de música para o game que eu tinha visto, o qual era um protótipo bastante cru, e que não se tornou o que o jogo final viria a ser. Eu vi cenas do Mario apenas correndo por um tipo de grande área aberta — apenas pulando e correndo —– e isto pareceu interessante, mas não era o que Super Mario Bros. se tornaria. Então, a música que eu tinha criado originalmente para isso era um pouco preguiçosa, com um andamento mais lento e um pouco mais descontraída de modo geral. Assim, como o jogo passou por mudanças no processo de desenvolvimento, percebemos que o pedaço de música que eu havia criado realmente não se encaixava — não correspondia ao que Super Mario Bros. finalmente tinha se tornado —, daí, eu voltei a trabalhar no ritmo e o mudei, de forma que se encaixasse no jogo.

1UP: Como você teve a ideia para o loop curto de piano para quando Mario morre? É uma melodia que provavelmente está enraizada na cabeça de cada jogador por tê-la ouvido tantas vezes.

KK: É apenas uma coisa que nós pensamos que se encaixaria no sentimento de morrer. Mas não era esperado que fosse superdepressiva, já que você nunca morre realmente. Era algo mais extravagante — era um modo de dizer, através da música, “Hey, é hora de tentar outra vez”. Foi mais ou menos assim que aconteceu, eu acho.

1UP: Como você começa a compor uma melodia? Você se concentra nisso, ou as idéias vêm a você enquanto, digamos, está tomando banho?

KK: Você tem que pensar sobre o tipo de música que está criando — tem que realmente observar o jogo antes de sentar e tentar compor. Mas, sim, as melodias surgem quando estou no banho, enquanto me preparo para dormir, ou durante outras atividades comuns do cotidiano — a música simplesmente me alcança.

1UP: Você está na Nintendo por mais de 20 anos. Como a companhia evoluiu neste período? Como a atmosfera mudou? Nintendo parece ser uma empresa muito brincalhona por fora, mas também muito corporativa.

KK: Bom, eu posso dizer isso: uma coisa que não mudou é que estamos sempre buscando criar coisas que sejam mais divertidas. Este movimento nunca diminuiu. Mas, sim, tivemos algumas mudanças óbvias — o número de funcionários da companhia, por exemplo, mudou dramaticamente. Outra coisa é que criamos muitos tipos diferentes de games hoje; como a indústria expandiu, isso nos permitiu olhar para novos gêneros e novas oportunidades de alcançar as pessoas. Eu suponho que isso, em retorno, alimente a necessidade por mais funcionários — e, quanto mais pessoas você tem, mais tipos de games você pode criar. Uma coisa alimenta a outra, eu acho.

1UP: E em termos de público, o que vocês têm pensado?

KK: Nós nunca pensamos em fazer coisas especificamente para o Japão, do mesmo modo como não pensamos exclusivamente em coisas para crianças — nosso foco tem sido sempre fazer games para qualquer pessoa. Nós sempre temos tentado alcançar tantas pessoas quanto podemos. Isto realmente não mudou.

1UP: Você tem sido um grande proponente de música interativa em videogames. Pode nos contar sobre isso?

KK: Eu tenho sempre incorporado ideias interativas, mesmo desde o primeiro game Super Mario Bros. Neste jogo, quando seu limite de tempo fica abaixo de 100, a velocidade da música aumenta. Ou em Super Mario World, quando você monta no Yoshi, a percussão era adicionada à música. Interatividade com música é algo que sempre gostei de fazer, e é algo que quero trabalhar mais no futuro!

1UP: Você também é conhecido por ser o compositor de outra grande franquia da Nintendo, Zelda. Como você vê as diferenças de trabalho entre as duas séries?

KK: Olhando para os títulos de Zelda através dos anos, vemos que a música é mais ambiente — é mais para elevar a história ou a experiência. A música de Mario, por outro lado, tem objetivo de reforçar ou realçar a ação na tela — representando em áudio a sensação de jogar um game deste tipo. Para Mario, também se trata de trazer uma sensação geral de ação, já que Mario é mais como um game de ação orientada.

1UP: Qual o último álbum que você comprou? E qual o melhor álbum que você comprou recentemente?

KK: O mais recente é de um grupo chamado Sachertorte. Eles são um trio de Quioto – violoncelo, violão e acordeom – e tocam uma música que soa... bom, parece o tipo de coisa que você espera ouvir quando está caminhando em uma pequena cidade na França. Como meu favorito álbum recente, eu tenho que dizer que é um do saxofonista japonês Sadao Watanabe, aquele que fez uma coleção da minha música em arranjos para sax. Watanabe é um saxofonista extremamente talentoso – ele é conhecido mundialmente – assim, ter alguém tão importante no mundo do jazz tocando minha música é algo muito especial.


Bom, por hoje é só, deixo um vídeo com o tema principal de Mario interpretado pelo próprio Kondo!


Em breve teremos a segunda parte, sobre o trabalho de Takashi Tezuka!

Via 1UP
Henrique Pradella

Geógrafo! E gamer nas horas vagas (ou seja, nas horas que deveria estudar)

14 Comentários

  1. caraca nem sabia que foi ele que feiz a trilha sonora de punch out !esse cara meresse aplausos...serio!

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  2. Eu amo as musicas do Mario, Zelda e das franquias da Nintendo e Konji Kondo é nota ...∞∞∞∞∞∞∞∞∞...(infinito)
    KK trabalhou em muitas musicas da serie Mario e Zelda, e a lista de muscas é grande, CONGRATULATIONS Konji Kondo sou seu MA(R)IOR fan

    Now Playing: Mario's Music

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  3. sera que ele vai fazer a nova trilha sonora do super smash?

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  4. @Felipe Morais, falar First em comentários é FLUDD XD

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  5. queria poder conhecer gente assim pessoalmente...

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  6. Tudo a dizer é que este rapazinho é meu ÍDOLO MASTER!!!

    Já o amava só pelas trilhas de Mario, agora descobrir que ele também foi responsável pela trilha sonora de Star Fox e Zelda, OMG....

    Kondo, te amoo! rawwrr! s2

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  7. Caaaaraaa!!! Eu simplesmente adooro arranjos musicais em PIANO!!!!! Até porque sou aprendiz de tecladista, mas nunca chegarei aos pés de Kondo... Repeti o videozinho 8 vezes. =P

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  8. ele é adimirável, sempre amei as músicas lindissimas que ele faz pra franquia mario!

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  9. esse cara é demais,fazer uma música grudar na kbça das pessoas,eu tenho um remix no celular de Super Mario Bros,e do NEW, e algumas dos maravilhosos acordes de super mario galaxy 2

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  10. baixei após ler essa postagem um arquivo com todas as musicas do Super Mario Bros 1,2 e 3 e Super Mario World :D

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  11. Koji Kondo, o maior gênio da música gamer.
    A trilha sonora de The legend of Zelda a link to the past é fantástica!

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